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– A que você associa a palavra “conflito”?

Costumo abrir as Oficinas sobre Estratégias na Solução de Conflitos com essa pergunta. A grande maioria dos participantes associa conflito a problema, desentendimento, briga, disputa, bate-boca, desgaste emocional. Poucos consideram o conflito como oportunidade, e até mesmo como evolução do relacionamento.

As divergências de opiniões, necessidades, visões do mundo e contextos culturais formam as raízes de conflitos e geram conversas difíceis nas relações familiares, sociais e profissionais. O recurso mais importante para a resolução de conflitos é a escuta atenta e respeitosa do ponto de vista do outro e a habilidade de expressar com clareza nosso próprio ponto de vista. Com isso, torna-se possível captar o que os outros sentem, tratando de descobrir os pontos em comum, mesmo quando há profundas divergências. É nesse terreno que poderemos construir “acordos de bom convívio”.

Para isso, é preciso acreditar que não há uma verdade absoluta. Melhor do que ganhar a discussão é ver o que podemos ganhar com ela, criando uma terceira história que não é exatamente a nossa nem a do outro, mas a que conseguimos elaborar a partir do entendimento recíproco.

No caleidoscópio, com as mesmas peças, vemos imagens diferentes sempre que o giramos de um lado para o outro. Não há imagens certas nem erradas, apenas diferentes. Assim acontece com as diversas visões do mesmo fato ou da mesma situação.

Podemos contar com um poderoso instrumento de transformação: a flexibilidade de nos examinarmos para descobrir como contribuímos para o problema e o que podemos fazer para solucioná-lo. Quando deixamos de colocar a culpa nos outros e paramos de reclamar por não ganhar o que queremos, conseguiremos transformar conversas difíceis em diálogos eficazes.

Essa flexibilidade não significa abrir mão de nossos valores e de crenças fundamentais. Podemos dizer “Não” com habilidade, abrindo a porta para dizer “Sim” à preservação do relacionamento, respeitando as diferenças e buscando soluções que não haviam sido pensadas anteriormente, em clima de colaboração. Os adversários passam a ser “sócios” do problema: aprendemos a atacar o problema sem atacar as pessoas. Todos ganham com isso.