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Trilhas para montanhas, como essa que fotografei em Rio Preto (MG), oferecem uma visão maior e me motivam a parar para pensar no que estou fazendo da minha vida.

Trilhas para montanhas, como essa que fotografei em Rio Preto (MG), oferecem uma visão maior e me motivam a parar para pensar no que estou fazendo da minha vida.

Se a sobrecarga está terrível, o que podemos deixar de fazer? Estamos centralizando demais, achando que os outros não farão o mesmo com boa qualidade? Continuamos fazendo pelos filhos o que eles já poderiam fazer por eles mesmos? Estamos nos exigindo de forma cruel, nos condenando ao estresse crônico?

Há muitas perguntas que estimulam a reflexão sobre o problema e a busca de saídas. É comum tocar a vida no giro rápido sem parar para pensar se tudo que estamos fazendo faz real sentido ou se estamos movidos ao “tenho que” (providenciar o café da manhã para meus filhos adultos, tentar acompanhar o máximo de postagens nas redes sociais, estar sempre disponível para tomar conta dos netos, ganhar mais dinheiro para conseguir comprar mais coisas). Será que o volume do “tenho que” é muito maior do que o do “o que eu realmente quero”?

Há quem ache útil pensar na própria morte para questionar a sobrecarga. “O que as pessoas (da família, do trabalho) vão fazer sem a minha participação”? Pode ser duro pensar que o mundo e as pessoas seguirão seus rumos depois da nossa partida. Mas, por outro lado, essa é uma reflexão libertadora. Se tudo o que eu faço não é realmente indispensável, isso significa que não sou insubstituível. Portanto, boa parte do acúmulo de tarefas e funções poderá ser descartada!

Em uma palestra sobre a busca do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, uma participante comentou que passou a viver melhor quando decretou “o dia do nada” (“hoje não faço comida, não arrumo a casa, não cuido da roupa”) para que o marido e os filhos dessem mais valor ao que ela faz em casa, além dos compromissos profissionais.

A ilusão de que com computadores e eletrodomésticos mais eficientes teríamos mais tempo livre para o lazer se desfez há tempos. A mobilidade urbana prejudicada, a redução de postos de trabalho redundando em maior sobrecarga para os funcionários que mantiveram seus empregos, e outros fatores dos cenários econômicos e culturais em que vivemos também precisam ser incluídos nas perguntas reflexivas que poderão nos conduzir a mudanças significativas em nossas vidas.