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Contemplar a beleza é um dos caminhos para construir bem-estar. (Fotografei em Fernando de Noronha).

Sobrecarga de tarefas e compromissos, problemas na família e/ou no trabalho, preocupação com a economia em recessão, malabarismos com o orçamento doméstico. Sobram fontes de estresse na vida de muita gente. As pessoas que conversam comigo sobre sua exaustão, me perguntam: Como restaurar o equilíbrio?

Gosto de trabalhar com a estratégia de pequenas e progressivas mudanças no cotidiano, para construir o bem-estar mesmo em cenários turbulentos. Para algumas pessoas, é útil escrever quais são os problemas e criar estratégias para solucioná-los, começando por estabelecer prioridades. Por onde começar, por exemplo, a reorganizar o orçamento doméstico? Ou reduzir o tempo gasto em atividades que, na verdade, não são essenciais? Pensar também com quem seria útil trocar ideias. Se está com sobrecarga de tarefas, decidir o que pode deixar de fazer e como conseguir mais cooperação, por exemplo, das pessoas da casa (especialmente dos filhos que não costumam participar das tarefas domésticas).

Há quem pense que cuidar bem de si é egoísmo. Mas, para cuidar bem dos outros, não podemos nos abandonar ou nos colocarmos no último lugar da fila. Com múltiplas exigências e enfrentando várias dificuldades, acumulamos estresse e ficamos à beira da exaustão. Que atividades nos ajudam a descarregar estresse? “Não tenho tempo para fazer ginástica”, mas que tal dançar em casa, até com as crianças que adoram fazer isso? Alguns minutos contemplando o céu, nuvens, pássaros, árvores, agradecendo a vida. Em qualquer momento do dia, respirar fundo três vezes também é eficaz para relaxar. O importante é criar tempo e condições para expandir, pouco a pouco, ações eficazes para construir o bem-estar.

Alimentar preocupações e pensamentos catastróficos (imaginar que sempre acontecerá o pior) contribui para o estresse crônico que conduz à exaustão e nos adoece. Muita gente tece enredos tenebrosos de sua vida futura, como se tudo que é temido fosse realmente acontecer. “Morro de medo de ficar viúva, sou muito dependente dele, minha vida ficará um caos”. Esse caos é imaginado em detalhes, trazendo muito sofrimento. Ela pode morrer antes dele, ela pode desenvolver autonomia que fortalecerá a confiança de gerenciar a própria vida, entre outras possibilidades. É útil desenvolver uma conversa interna, em que seja possível questionar o medo e pensar em cenários mais favoráveis. Examinar a qualidade de nossos pensamentos pode abrir espaço para construir bem-estar.