fbpx
Ballycraigy

Visita mensal de um bebê em escolas, para estimular a empatia (do Programa Raízes da Empatia)

Gosto muito de conhecer boas práticas na Educação, sobretudo em escolas públicas, que enfrentam tantas dificuldades. Participei, no Rio, do I Seminário Regional PEA-UNESCO, uma rede de escolas associadas ao Programa de Cultura da Paz. Falei de projetos bem-sucedidos em sustentabilidade e desenvolvimento de comunidades, que inspiraram a história do meu livro Florestania – a cidadania dos povos da floresta. Sintetizo temas que me chamaram a atenção:

  • Competências socioemocionais no currículo – como bem mostra o filme Divertida Mente, nosso equipamento básico de emoções inclui alegria, amor, tristeza, medo, raiva, nojo. Daí se derivam muitos sentimentos, tais como culpa, desconfiança, solidão, esperança, desespero, ciúme, orgulho, vergonha, preocupação, entre outros. No dia a dia da escola (e da família) reconhecer e falar sobre emoções e sentimentos contribui para o conhecimento de si mesmo e dos outros. Ao desenvolver empatia e capacidade de tomar decisões, gerenciar o estresse e aprimorar a comunicação com os outros, forma-se o alicerce das competências socioemocionais.
  • Ao ouvir esse relato, lembrei do Programa Raízes da Empatia, desenvolvido por Mary Gordon, no Canadá, e replicado em muitos países. No decorrer do ano escolar, as crianças acompanham o desenvolvimento de um bebê no primeiro ano de vida, em visitas mensais à sala de aula. Para isso, os professores trabalham com elas antes e depois de cada visita para que possam aguçar a percepção do que o bebê sente e como interage com seus pais no universo da comunicação não-verbal do afeto. Com isso, as crianças passam a falar mais de seus próprios sentimentos, percebem o que acontece com seus colegas e os tratam com carinho e gentileza. Os bebês são ótimos professores de alfabetização emocional!
  • Escolas irmãs – projetos que promovem a interação entre escolas da cidade grande e do interior do Brasil, em que os alunos se correspondem por cartas ou mensagens eletrônicas e vídeos mostrando diversos modos de viver no dia a dia, trocando conhecimentos, desenhos, vídeos, percebendo semelhanças e diferenças.
  • Educação ambiental transformadora – em uma escola pública, uma professora que é Master Teacher da NASA trabalha com os alunos a prática da sustentabilidade ambiental, social e humana, considerando que, por vivermos nesse planeta, somos parte do meio ambiente. É no dia a dia que se constrói a cidadania sustentável, reciclando inclusive lixo eletrônico para construir dispositivos robóticos. E tudo isso com a visão sistêmica, estamos ligados com tudo e com todos. Com a dramática perda da biodiversidade, todos ficam prejudicados, uma vez que cada espécie tem uma função importante na teia da vida.