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Tenho enfrentado muitas dificuldades nesse novo caminho, mas estou encantada com as descobertas!

Quando não temos emprego, criamos trabalho! Somos empreendedores também quando estamos com carteira de trabalho assinada, quando nutrimos ideias criativas para realizar nossas tarefas sempre da melhor forma, quando somos proativos em vez de ficar esperando que outras pessoas nos digam o que precisa ser feito, quando buscamos novos conhecimentos para nos mantermos atualizados, e contribuindo para a eficácia do trabalho em equipe.

Porém, com os altos índices de desemprego e da perspectiva de drásticas reduções no mercado de trabalho com o avanço da inteligência artificial, mais do que nunca é necessário desenvolver o espírito empreendedor desde a infância. Para isso, é essencial nutrir a curiosidade, o interesse de descobrir novas possibilidades, o gosto pelo desafio e pela superação das dificuldades, a persistência para não desistir diante dos obstáculos que surgem. É essencial também olhar o erro como fonte de aprendizagem, lidar com a frustração de constatar que alguns projetos não deram certo e perceber que os problemas fazem parte do “pacote da vida”.

Em décadas de trabalho, abri e fechei ciclos de atividades para iniciar novos projetos. Tenho uma longa história como empreendedora. A começar pela escolha de estudar psicologia pouco depois da criação dessa profissão. No Mestrado, escolhi o tema Psicologia da gravidez, quando não havia muitos estudos a respeito, no Brasil. Nem tive quem me orientasse a tese tendo conhecimento sobre o assunto. As dificuldades de me inserir em equipes multidisciplinares, o trabalho voluntário em maternidades públicas, fazendo atendimentos em grupo de gestantes em condições precárias da sala de espera e da enfermaria de puérperas: tudo isso foi fonte de grande aprendizagem e de estímulo para continuar abrindo caminhos. O trabalho em consultório, com e sem parceria com obstetras, a oportunidade de ser contratada por uma maternidade privada para trabalhar com a equipe sobre qualidade de assistência emocional, implantar alojamento conjunto e atendimento às famílias de bebês internados em UTI Neonatal: novos desafios e mais aprendizagem.

Para equilibrar vida profissional e familiar, precisei fechar ciclos para iniciar novos projetos. Há tempos, deixei de ser professora universitária e psicóloga hospitalar para expandir o consultório como terapeuta de casais e de famílias e ampliar minha atuação como palestrante em todo o Brasil. Fui muito importante fazer um curso de Plano de Negócios juntamente com cursos livres de teatro para mesclar coragem e cautela e encarar essa mudança de rumo. Como estava com 50 anos, não foi fácil entrar no mercado de palestras com a grande maioria de homens entre 30 e 45 anos…

Como me diferenciar, apresentando conteúdo de qualidade com uma embalagem atraente e fora do comum? Aos 60 anos, ficava ainda mais difícil manter posição. Decidi, então, integrar outros conhecimentos. Como estudo piano há muito tempo, comecei a compor letras e músicas para minhas palestras. E, a essa altura, conheci meu amor da maturidade, que é músico e fez arranjos maravilhosos para minhas composições. Resultado: uma trilha sonora luxuosa para fazer palestras-show!

Enfrentar os inúmeros obstáculos do mercado editorial para conseguir publicar 41 livros tampouco foi um caminho fácil. Porém, é muito estimulante e gratificante constatar o alcance dos livros para compartilhar muito do que aprendi ao longo do tempo de estudos contínuos e da prática dos atendimentos.

E, então, há alguns anos, publiquei uma atualização de Psicologia da gravidez somente em formato digital. Por isso, precisei superar a resistência de entrar nas redes sociais, e cá estou. Comecei a trabalhar em uma época em que a Internet ainda não existia e, ao completar 70 anos, lancei o meu primeiro curso online – “A tecelagem do vínculo, da gestação aos dois anos”. Curiosamente, com o mesmo tema do primeiro livro! Grande desafio, enormes dificuldades para me entender com a plataforma que abriga os cursos (lancei outro, “Limites na educação- crianças, adolescentes e adultos precisam de limites”), mergulhando de cabeça no marketing digital. Nada tranquilo, para quem nasceu décadas antes dos “nativos digitais”!

Estou entusiasmada com as novas possibilidades: a interação intensa com as pessoas que fazem o curso, e que assistem minhas transmissões ao vivo. Então, é isso: continuo empreendedora, agregando a faceta “empreendedora digital” nessa nova década de vida. Nutrindo curiosidade, prazer de aprender, encarando dificuldades junto com o encantamento pelas descobertas.