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– Meu filho, futebol é para você jogar, torcer pelo time que você quiser e se divertir. Não é para se meter em brigas com os colegas que torcem por times diferentes! – diz Jaime para seu filho de 9 anos.

– Eu queria torcer pelo Vasco, que é o time do meu avô, mas meu pai me obriga a torcer pelo Botafogo, aí eu finjo que sou Botafogo só para ele não brigar comigo… – lamenta Antônio, 10 anos.

– Meu marido fez questão que nosso filho entrasse para a escolinha de futebol, mas ele vai contrariado. Acaba não entrando no jogo pra valer, aí os outros meninos ficam zoando e o chamam de perna de pau. Ficou chateado por não ter sido convidado para a festa de aniversário de um colega porque era só para meninos bons de bola. Acho que a gente não deveria insistir, ele é menino mas não gosta de futebol, e daí? – Adriana estava preocupada.

– Na minha família, alguns torcem pelo Flamengo, outros pelo Fluminense. Em dia de jogo, a gente se odeia, um implica com o outro, depois fica tudo bem – comenta Isaura.

Futebol inspira paixões. Bebês já vestem a camisa do time do papai torcedor. Muitos pais pensam que ser bom de bola faz parte da formação do macho. Mas tentam desencorajar a filha que gostaria de entrar em campo. Por que? Por ser menina só pode fazer balé ou ginástica olímpica?

Em algumas famílias, a liberdade de escolha é cerceada quando a paixão por um time toma conta dos adultos da casa. O que torce por outro acaba submetido a críticas severas ou a cenas de humilhação quando o time que ousou escolher perde. Conviver com pessoas que torcem por times diferentes pode gerar guerras insanas em famílias, no pátio do recreio de escolas e em estádios de futebol.

Ganhar e perder faz parte do jogo da vida. Conviver em paz com escolhas diferentes contribui para consolidar o respeito pela diversidade. Perder uma partida ou até mesmo um campeonato pode ser uma boa oportunidade para ver o que é preciso melhorar em seu próprio desempenho. O adversário, em vez de ser olhado como um inimigo a ser aniquilado, pode ser visto como aquele que nos oferece a oportunidade de superarmos nossos próprios limites.

A Copa do Mundo no Brasil está chegando. Entre uma partida e outra, dá para pensar na riqueza desse tema nas relações familiares.