fbpx
203

Entrar em comunhão com a natureza é reverenciar sua beleza, como na Capela de Mármore que fotografei na Patagônia Chilena.

A Semana do Meio Ambiente pode nos inspirar boas reflexões sobre nossa responsabilidade coletiva. “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral”  – escreve o Papa Francisco em sua encíclica Laudato Sí, escrita em 2015. Ele recomenda que nosso contato com a natureza seja por meio da admiração e do encanto, para vivenciar a experiência de união com tudo o que existe para fortalecer a sobriedade e a solicitude. Como tudo está interligado, ”exige-se uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos e a um compromisso constante com os problemas da sociedade”.  E afirma que é preciso “revigorar a consciência de que somos uma única família humana. Não há fronteiras nem barreiras políticas ou sociais que permitam isolar-nos e, por isso mesmo, também não há espaço para a globalização da indiferença”.

A estreita relação entre pobreza e fragilidade do meio ambiente é claramente expressa nesse texto, quando faz a ligação entre a degradação ambiental e a degradação humana e ética. Isso dá margem ao “convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade da política internacional e local, a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida”.

A busca da coerência é essencial: “Não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos. É evidente a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano de que não gosta”. Vivemos em um mundo onde “o imenso crescimento tecnológico não foi acompanhado por um desenvolvimento do ser humano quanto à responsabilidade, aos valores, à consciência”.

O Papa Francisco enfatiza que não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social. Há “uma única e complexa crise socioambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza”. Isso conduz a uma redefinição do que é o progresso: “um desenvolvimento tecnológico e econômico, que não deixa um mundo melhor e uma qualidade de vida integralmente superior, não se pode considerar progresso”.

Para ler o texto na íntegra:

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html