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A zona de conforto é bem desconfortável! Foi o comentário de uma pessoa que assistiu à transmissão ao vivo sobre esse tema.  Sim, há muita gente que se obriga a permanecer em relações insatisfatórias, permanece em um trabalho frustrante, encolhe seu espaço vital porque o medo de sair de onde está é maior do que o desconforto. Pensamentos dominantes: Isso não vai dar certo, ruim com ele pior sem ele, não vou ser capaz de viver de outro modo.

Como psicoterapeuta, observo o conflito entre o desejo e o medo da mudança. Não é só o medo de que o território desconhecido seja pior do que o conhecido insatisfatório. É que mudar dá trabalho. Romper padrões estabelecidos para criar outras possibilidades, aventurar-se, correr riscos, expor-se às críticas, ao fracasso. 

Fracasso, o que é isso?

O personagem Lewis, do filme A Família do Futuro é um menino inventor e, por isso, muitas de suas tentativas não dão certo. Ao constatar que mais um de seus aparelhos falhou ele, mortificado, pede desculpas e se surpreende ao ouvir: “Você fracassou! Sensacional! Maravilha! É fracassando que a gente aprende, com o sucesso a gente não aprende nada! Não desista, siga em frente!”

Pense nos inventores que conseguiram criar objetos revolucionários, como o automóvel, a lâmpada elétrica, o telefone, e milhões de outras coisas. Quantas tentativas e erros foram necessários até chegar ao produto final?

Para acertar é preciso errar e lidar com a frustração de não saber. Aprender a lidar com essa frustração fortalece a persistência para não desistir facilmente diante dos obstáculos. Isso também ajuda a valorizar o erro como fonte de aprendizagem, e não como uma ameaça à autoconfiança.

É preciso construir autoconfiança na própria capacidade de encarar desafios e propor coisas novas. Criar é ousar, apresentar algo inusitado. Pode ser uma receita nova, um livro, uma modalidade de trabalho. É arriscar-se, expor-se a ver que não deu certo como imaginávamos. Superar o medo da opinião dos outros, de ficar isolado se for muito diferente dos demais.

A criatividade dá cor e sabor à vida. Podemos desenvolver a criatividade nos relacionamentos para revitalizar o dia a dia, evitando o tédio e a acomodação do “mais do mesmo”. Arriscar-se a amar sem o medo de não dar certo ou de ressuscitar dores passadas. A vida é movimento e o fluxo de mudanças é inevitável, mesmo quando resistimos a isso. Conheço pessoas com medo de envelhecer (e de morrer, é claro) que fazem tudo para fingir que são jovens (esforço inútil e desnecessário), gastando muita energia nessa ilusão. Em contraposição, também conheço pessoas idosas que renovam seus projetos de vida, permanecem abertas à aprendizagem, ousam criar e vivem a plenitude de seus muitos anos.